Chegou o fim de semana, a noite promete com uma festa animada, churrasco,
balada com os amigos ou a vitória do time são alguns dos motivos e
justificativas usados para exagerar no consumo de bebida alcoólica. Este
exagero cobra um preço caro.
O consumo eventual também tem participação em outros problemas graves e demasiadamente frequentes no Brasil: violência familiar, acidentes de trânsito e no trabalho.
Estudo realizado pelo Ministério da Saúde em hospitais públicos revela que o consumo do álcool tem forte impacto nos atendimentos de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Estudo realizado pelo Ministério da Saúde em hospitais públicos revela que o consumo do álcool tem forte impacto nos atendimentos de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS).
O levantamento da Vigilância de Violência e
Acidentes (Viva) aponta que uma em cada cinco vítimas de trânsito atendido nos
prontos-socorros brasileiros ingeriram bebida alcoólica. O estudo também mostra
que 49% das pessoas que sofreram algum tipo de agressão consumiram bebida
alcoólica. As principais vítimas são homens com idade entre 20 e 39 anos.
Pesquisas internacionais também apontam
outros agravos. Um estudo realizado pelo Scripp´s Research Institute da
Califórnia (EUA) mostrou que a ingestão de grandes quantidades de álcool de uma
só vez afeta o cérebro da mesma forma que o consumo frequente.
A gastroenterologista Mariene Liberal afirma
que mesmo o consumo esporádico e em grandes doses de bebidas alcoólicas causa
alterações múltiplas no organismo. As primeiras reações são sonolência ou
agressividade, irritabilidade, agitação, alteração de equilíbrio, vômitos e até
convulsões. Em casos extremos, em que há overdose alcoólica, o consumo
excessivo pode levar ao coma e à morte.
“Com o
uso de altas doses podem surgir, principalmente, problemas gastrointestinais,
pois o álcool é o grande agressor do sistema digestivo. A pancreatite, por
exemplo, ocorre nos grandes bebedores eventuais, daqueles que exageram nos
finais de semana”, diz a médica do Hospital Federal do Andaraí, vinculado
ao Ministério da Saúde. Mariene ainda alerta que podem surgir casos de
hemorragia digestiva, cirrose e hepatites alcoólicas.
Viva - Os dados sobre as consequências do
álcool no trânsito fazem parte do Vigilância de Violências e Acidentes, estudo
realizado pelo Ministério da Saúde em 71 hospitais que realizam atendimentos de
urgência e emergência pelo SUS. Foram ouvidas 47 mil pessoas em todas as
capitais e no Distrito Federal. Os dados foram coletados em 2011 e analisados
no último ano.
O levantamento revela que entre as pessoas
envolvidas em acidentes de trânsito, 22,3% dos condutores, 21,4% dos pedestres
e 17,7% dos passageiros apresentavam sinais de embriaguez ou confirmaram
consumo de álcool. Entre os atendimentos por acidentes, a faixa etária mais
prevalente foi a de 20 a 39 anos (39,3%).
As vítimas mais acometidas por agressões
estão nessa mesma faixa etária – 20 a 39 anos – e representam 56% dos casos. Em
2011, 28.352 homens com idade entre 20 a 39 anos foram assassinados e 16.460
perderam a vida no trânsito, o que corresponde a quase metade de óbitos
registrados nesta faixa etária, 31,5% e 18,3%, respectivamente.
O Viva também mostra que a proporção do
consumo de bebida alcoólica entre os pacientes homens foi bem superior ao das
mulheres: 54,3% dos homens que sofreram violência e 24,9% dos que sofreram
acidente de trânsito tinham ingerido álcool, enquanto os índices entre as
pessoas do sexo feminino foram de 31,5% e 10,2%, respectivamente.
FONTE: Portal Saúde
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