sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Polêmica sem fim? Consumidor encontra cabeça de rato em garrafa de Coca-Cola. Verdadeiro ou Falso?

O goiano Wilson Batista de Rezende luta desde o ano 2000 na justiça contra a Coca-Cola por ter ingerido um refrigerante contaminado e com restos de rato. Será que isso é verdade? A notícia não é nova, mas reapareceu com força nas redes sociais após uma reportagem veiculada na Rede Record de TV no dia 12 de setembro de 2013.
De acordo com várias matérias publicadas na web, o relojoeiro Wilson Batista de Rezende, de 46 anos de idade, estaria processando a fabricante da bebida Coca-Cola aqui no Brasil por dano moral, por ter ficado doente após ingerir um refrigerante contaminado.

Na reportagem que foi ao ar pela Rede Record, Wilson conta que, no ano de 2000, ao tomar um gole da Coca-Cola de uma das garrafas que ele havia acabado de comprar, imediatamente sentiu a boca e garganta queimando, obrigando-o a cuspir o resto do liquido que tinha na boca.

O goiano disse que daquele dia em dia em diante, nunca mais a sua saúde foi a mesma e mostrou que atualmente anda de bengala e usa um colete que, segundo ele, lhe ajuda no equilíbrio ao caminhar.

Além disso, a repórter também exibe uma das garrafas que o Sr. Wilson tem guardado até hoje, com um objeto estranho dentro, parecendo uma cabeça de rato. Assista à reportagem abaixo que já ultrapassou a marca de 600 mil visualizações e veja o que descobrimos:
Verdadeiro ou falso?

Antes de prosseguir com a leitura desse nosso artigo, é preciso que entenda que não estamos do lado de nenhuma das partes envolvidas no caso. Apenas usamos a própria internet para tentar desmistificar as histórias que nela circulam desde 2002.

Voltando ao caso Sr. Wilson contra a Coca-Cola, o processo é real! Foi movido pelo goiano Wilson Batista de Rezende contra a Spal Indústria Brasileira de Bebidas S/a. por Dano Moral.

O processo pode ser consultado aqui! O requerente está pedindo a quantia de R$ 10.000,00. Em contato com a fabricante do refrigerante por telefone, as informações que nos foram passadas são:
  1. A empresa tem ciência do processo e está aguardando a determinação da justiça;
  2. É impossível que uma cabeça de rato passe pelo encanamento que abastece as garrafas;
  3. A Coca-Cola cumpre com as exigências sanitárias determinadas pelos órgãos competentes;
  4. O consumidor que tiver dúvidas pode entrar em contato através do Fale Conosco;
Entendemos que a Coca-Cola, que é uma das maiores marcas do mundo e aqui no Brasil é representada pela Spal Indústria Brasileira de Bebidas S/a., já teria tomado alguma providência a respeito como, aliás, já fez em outros casos envolvendo produtos contaminados.

Por outro lado, podemos acompanhar o trabalho que o Sr. Wilson está tendo para fazer com que o seu processo ande mais depressa nas diversas publicações que andam fazendo sobre ele na web. No dia 6 de março de 2013, ele resolveu fazer uma greve de fome na Praça João Mendes (no centro velho de São Paulo) em protesto à demora no julgamento da sua indenização.

De acordo com a página de Wilson no Facebook, uma comissão dos Direitos Humanos chegou ao local, após dois dias de greve de fome, e o convenceu a parar com a greve, mediante um acordo não revelado. Wilson parece ter conseguido uma audiência para dar andamento no seu caso.

Algumas considerações

Não tivemos acesso aos laudos periciais que o requerente afirma possuir. Também não falamos diretamente com ele para coletar mais informações a respeito do caso. No entanto, algumas dúvidas levantadas pelos internautas ainda merecem ser sanadas como, por exemplo:

1- Se o refrigerante era mesmo ácido como o Sr. Wilson afirma, como e por que o liquido ainda não dissolveu a suposta cabeça de rato encontrada dentro da garrafa?
2- O Sr. Wilson foi o único a comprar garrafas daquele lote? Outros consumidores não apresentaram problemas?
3- O rato poderia ter entrado na garrafa antes do envase?

Vários leitores afirmam que é muito fácil forjar uma garrafa com lacre intacto. A forma mais simples é inutilizar uma garrafa (deixando apenas a tampa intacta), tirar a tampa da outra garrafa e encher de “objetos estranhos” lá dentro e depois fechar a garrafa com a tampa intacta do vasilhame que foi destruído.

Isso não quer dizer que o Sr. Wilson tenha feito isso, mas uma tampa com o lacre inviolado não significa muita coisa. No vídeo abaixo podemos ver como é fácil substituir o conteúdo de algumas garrafas, deixando o lacre das tampas intacto:

O corante Caramelo IV

Em maio de 2012, o Center for Science in the Public Interest (CSPI – Centro para a Ciência a Favor do Interesse Público) realizou testes de análises químicas nos refrigerantes consumidos nos Estados Unidos e detectou a presença de altos níveis de 4-metilimidazol (4-MEI) em níveis bastante altos em duas marcas da bebida: A Pepsi e a Coca-Cola.

O 4-metilimidazol (4-MEI) é um produto usado para dar a cor caramelo aos refrigerantes e segundo estudos, o consumo exagerado da substância pode (ou não) causar câncer.

Nos Estados Unidos, as empresas se comprometeram a reduzir a quantidade do 4-MEI na fabricação dos refrigerantes. Aqui no Brasil, a Coca-Cola informou que o uso do caramelo IV segue critérios definidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que a quantidade utilizada (apesar de ser muito maior do que a usada nos EUA) não indica riscos à saúde.

Conclusão

O processo do Sr. Wilson Batista de Rezende existe mesmo e ele alega ter sido envenenado pelo refrigerante. Agora, temos que aguardar o final do julgamento e o desfecho dessa história. Em 18/09/2013, às 16:30, a Coca-Cola publicou uma nota em seu site e em seu perfil no Facebook se posicionando a respeito dessa notícia. 

O conteúdo do texto publicado pela empresa reforça o que nos foi passado por telefone:
[...] que todos os produtos são seguros e os ingredientes utilizados são aprovados pelos órgãos regulatórios, em um histórico de 127 anos de compromisso e respeito com os consumidores.“.

Na nota, a Coca-Cola lamenta o estado de saúde do consumidor, mas afirma que o fato alegado não tem fundamento e “[...] é totalmente equivocada a associação entre o consumo do produto e o seu estado de saúde.“.

FONTE: E-farsas.com

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