A
delegada Maria Rodrigues da Silva, da Delegacia da Mulher, informou nesta
segunda-feira (15) que indiciou Fábio Bilica, jogador do Elazığspor da Turquia,
e dois amigos dele pelo estupro de uma mulher e sua filha adolescente de 15
anos. Maria Rodrigues ainda está analisando o depoimento do terceiro amigo e,
por isso, não informou se ele vai ser indiciado por esse crime.
Entretanto,
todos os quatro que estavam no carro foram indiciados por cárcere privado e
sequestro, já que ficaram no mesmo carro que as duas das 21h à 1h da manhã, sem
que elas pudessem sair.
O
indiciamento veio depois que a delegada ouviu, na última sexta-feira (12), os
três homens que estavam no carro com Bilica noite de sexta-feira (5), a caminho
do Aeroporto Internacional do Recife. O jogador não prestou depoimento, uma vez
que está na Turquia, mas ficará à disposição por meio da família.
Segundo a delegada, Fábio Bilica foi indiciado pelo
estupro da mulher e os dois amigos pelo da adolescente. Maria Rodrigues ainda
explicou que deve receber o resultado do exame de corpo de delito da mãe nesta
terça-feira (16). Ela também informou que já tem seis CDs das imagens de
circuito interno do Aeroporto do Recife e deve assistir aos vídeos nos próximos
dias. Ela ainda aguarda receber mais três discos com imagens. A delegada ainda
solicitou uma perícia no carro do jogador.
Segundo
o advogado de defesa de Fábio Bilica, Luiz Fernando Ceriani, o novo depoimento
da adolescente é um “absurdo”. “Ela esteve na terça na Delegacia e a delegada
até gravou ela dizendo que eles não tinham nem tocado nela. Posteriormente, ela
volta atrás, disse que tentaram beijar e passar a mão nas partes íntimas dela”,
disse o advogado.
Apesar
disso, ele disse que é natural que haja indiciamento. “Na dúvida, tem que haver
apuração. E cabe a nós, da defesa, comprovar que não é verdade. Também cabe ao
Ministério Público verificar o enquadramento do crime”, disse.
Entenda o caso
Toda
a confusão aconteceu no fim da noite de sexta-feira (5) e início de madrugada
de sábado (6). Segundo a jovem, o jogador teria estuprado a vítima no
estacionamento do Aeroporto Internacional do Recife, mas a defesa fala em
“relação consentida”. Em comum nas duas versões, apenas o fato de que Bilica
estava num carro com mais três amigos, ainda em João Pessoa, onde a vítima
entrou junto com sua filha. O jogador estava indo a Recife para pegar o voo
para a Turquia, onde se reapresentaria ao seu time. Mas a partir daí as versões
são contraditórias.
A
versão contada pela suposta vítima dá conta de que ela teria sido levada para o
Aeroporto enganada. Segundo a delegada Maria Rodrigues, a vítima disse em seu
depoimento que saiu de casa com o objetivo de deixar sua filha de 15 anos num
barzinho próximo, onde a garota se encontraria com o namorado. No caminho, as
duas teriam sido abordadas pelo jogador, que lhes ofereceu uma carona, que a
jovem teria negado a princípio, só aceitando depois da insistência do jogador.
“A
vítima contou que só bem depois é que percebeu que o carro estava na estrada
para Recife, que fica a 120 quilômetros de João Pessoa. Quando ela percebeu
isto, ele não quis mais voltar”, relatou a delegada. Ao chegar ao local, Fábio
Bilica e seus amigos teriam “conversado em códigos” para que os três tirassem a
adolescente do carro e deixassem apenas os dois no veículo. Neste momento,
segundo o testemunho da jovem, teria acontecido o estupro.
Por outro lado, o advogado o jogador defende que o sexo foi consentido, que a jovem seguiu com o grupo de forma totalmente espontânea e que, por isso, não houve estupro. Luiz Fernando defende que o jogador está sendo vítima de uma “tentativa de golpe”. A versão apresentada pelo advogado dá conta de que, em um posto de gasolina próximo à casa dos dois, "eles voltaram a conversar e ela aceitou entrar no carro por vontade própria", declarando também que "ela já sabia desde o início que o grupo estava indo para Recife deixar o jogador no aeroporto".
Por outro lado, o advogado o jogador defende que o sexo foi consentido, que a jovem seguiu com o grupo de forma totalmente espontânea e que, por isso, não houve estupro. Luiz Fernando defende que o jogador está sendo vítima de uma “tentativa de golpe”. A versão apresentada pelo advogado dá conta de que, em um posto de gasolina próximo à casa dos dois, "eles voltaram a conversar e ela aceitou entrar no carro por vontade própria", declarando também que "ela já sabia desde o início que o grupo estava indo para Recife deixar o jogador no aeroporto".
O
testemunho dos amigos também dá conta de que, depois do momento em que ficaram
a sós, o jogador e a jovem teriam se juntado ao grupo em um quisosque do
próprio aeroporto, onde teria bebido e conversado "amigavelmente". Um
amigo do jogador contou que, depois do embarque de Bilica, a mulher solicitou
uma "pílula do dia seguinte", que foi comprada ainda no aeroporto e
depois o grupo teria retornado para casa sem o registro de nenhuma reclamação
por parte da possível vítima.
Na
quinta-feira (11), a adolescente de 15 anos, filha da mulher que teria sido
estuprada por Bilica, prestou um novo depoimento em que revelou também ter
sofrido abuso. Maria Rodrigues explicou que a adolescente voltou à Delegacia da
Mulher e contou que teria recebido beijos e carícias forçadas dos quatro homens
que estavam dentro do carro e “que não tinha revelado estes detalhes antes
porque a mãe já estava com problemas demais”.
FONTE: G1.globo.com/pb
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