terça-feira, 9 de julho de 2013

Jogador Paraibano é acusado de estupro por vizinha, mas advogado fala em 'golpe'

O zagueiro paraibano Fábio Bilica, ex-jogador do Grêmio e do Fenerbahçe, e que atualmente defende o Elazığspor, da Turquia (e que defendeu o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2000), está mais uma vez envolvido num caso policial.
Neste fim de semana, ele foi acusado de estupro por uma vizinha, que tem casa em Intermares, bairro de Cabedelo (cidade portuária que faz parte da Grande João Pessoa). A possível vítima prestou queixa na Delegacia da Mulher de João Pessoa e a delegada Maria Rodrigues da Silva é quem está responsável pelo caso. Por meio de seu advogado, Fábio Bilica negou as acusações e disse que está sendo vítima de um “golpe”.

Toda a confusão aconteceu no fim da noite de sexta e início de madrugada de sábado. A queixa foi feita na tarde do mesmo sábado, mas a delegada só trouxe detalhes sobre toda a confusão na manhã desta segunda-feira. Segundo a acusação, o jogador estuprou a vítima no estacionamento do Aeroporto Internacional do Recife, mas a defesa fala em “relação consentida”.

De consenso nas duas versões, apenas que Bilica estava num carro com mais três amigos, ainda em João Pessoa, onde a vítima entrou junto com sua filha. O jogador estava indo ao Recife para pegar o voo para a Turquia, onde se reapresentaria ao seu time. Mas a partir daí as versões são contraditórias.

Segundo a delegada Maria Rodrigues, a vítima disse em seu depoimento que saiu de casa com o objetivo de deixar sua filha (de 15 anos) num barzinho próximo, onde se encontraria com o namorado. No caminho, ela foi abordada pelo jogador, que lhe ofereceu uma carona. A vítima teria negado, alegando que o bar era próximo, mas ela teria aceitado entrar no carro depois da insistência do jogador.

Maria Rodrigues explica ainda que só quando ela estava no carro o jogador teria informado que antes iriam todos ao aeroporto. Que mais uma vez ela relutou, mas acabou cedendo. E que como ele falou de forma genérica, a vítima pensou que iriam ao Aeroporto de João Pessoa, e não ao do Recife.

- A vítima contou que só bem depois é que percebeu que o carro estava na estrada para Recife (capital pernambucana que fica a 120 quilômetros de João Pessoa) e não na estrada que vai para o aeroporto pessoense. E que quando percebeu isto ele não quis mais voltar – relatou a delegada.

Ao chegar ao aeroporto recifense, Fábio Bilica e seus amigos, mais uma vez segundo a delegada, teriam “conversado em códigos” para que os três tirassem a adolescente do carro e deixassem apenas os dois no veículo.

- Temos que tratar o caso com muito cuidado. A vítima disse no relato que foi estuprada por Fábio Bilica dentro do carro, no estacionamento do aeroporto, no momento em que ficaram apenas os dois. Mas para ter certeza do que aconteceu, já solicitei as gravações das câmeras de segurança do aeroporto e de seus arredores. Se aconteceu alguma coisa, vamos descobrir.

A delegada Maria Rodrigues explica ainda que já pegou o depoimento da filha da vítima, que por ter menos de 18 anos deixa o caso ainda mais grave, e que ela teria confirmado toda a versão da mãe. Maria Rodrigues disse por fim que vai convocar os amigos de Fábio Bilica para deporem. Que primeiro eles vão ser chamados na condição de “testemunhas”, mas que não descarta indiciá-los caso fique provado que eles tenham sido “cúmplices”.

Advogado e amigo de Bilica apresentam outra versão

O advogado Luiz Fernando Ceriani é quem está defendendo o jogador. Ele diz que não houve estupro e que o jogador está sendo vítima de uma “tentativa de golpe”. Segundo esta versão, ele estava saindo de casa no tal carro e viu a vizinha andando pela rua. Os dois conversaram, soltaram algumas brincadeiras mútuas, mas ambos continuaram andando.

Mais a frente, num posto de gasolina na esquina de casa, Bilica parou para abastecer e a mulher estava na loja de conveniência do local. Eles voltaram a conversar e ela aceitou entrar no carro por vontade própria. O advogado defende ainda que ela já sabia desde o início que o grupo estava indo para Recife deixar o jogador no aeroporto.

A versão é confirmada por um dos amigos do jogador que estava no carro. Ele diz que “foi tudo consensual” e que “em nenhum momento Bilica fez nada que a mulher não quisesse”. E que ao chegar ao aeroporto, os dois ficaram de fato no carro enquanto o resto do pessoal ia fazer o “check in” do jogador. Mas que em nenhum momento houve estupro.

Tanto que, ainda de acordo com este amigo, todo o grupo tomou algumas cervejas num quisosque do aeroporto e "conversaram amigavelmente" depois dos dois ficarem sozinhos no carro e antes de Fábio Bilica finalmente pegar o voo.

Ele diz ainda que depois do embarque de Bilica, a mulher solicitou uma "pílula do dia seguinte", que foi comprada ainda no aeroporto. Este amigo de Bilica diz por fim que eles voltaram para João Pessoa e que deixaram a mulher perto de casa, sem que houvesse nenhuma reclamação ou indignação por parte dela.

Para provar esta versão, o advogado de Bilica disse que vai solicitar as imagens do sistema de segurança do posto de gasolina, onde a mulher teria entrado no carro, para provar que tudo aconteceu de forma consensual. E do aeroporto do Recife, para provar a relação amigável que existiu. Luiz Fernando pediu também para que Bilica, lá na Turquia, faça exames preventivos de corpo e delito para provar que não houve agressão de sua parte. Por fim, o advogado disse que Fábio Bilica vai levar também o caso aos advogados do clube turco.

Histórico de problemas

Esta não é a primeira vez que Fábio Bilica se envolve em confusão. Em 2000, quando o jogador defendia a Seleção Brasileira Sub-23, e jogava no futebol italiano, o zagueiro chegou a ser preso acusado de “corrupção de menores”. Já em 2009 ele foi preso no Recife e transferido para Campina Grande acusado de não pagar pensão alimentícia.

FONTE: Globoesporte.com/pb

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