O zagueiro paraibano Fábio
Bilica, ex-jogador do Grêmio e do Fenerbahçe, e que atualmente defende o
Elazığspor, da Turquia (e que defendeu o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2000),
está mais uma vez envolvido num caso policial.
Neste fim de semana, ele foi
acusado de estupro por uma vizinha, que tem casa em Intermares, bairro de
Cabedelo (cidade portuária que faz parte da Grande João Pessoa). A possível
vítima prestou queixa na Delegacia da Mulher de João Pessoa e a delegada Maria
Rodrigues da Silva é quem está responsável pelo caso. Por meio de seu advogado,
Fábio Bilica negou as acusações e disse que está sendo vítima de um “golpe”.
Toda a confusão aconteceu no
fim da noite de sexta e início de madrugada de sábado. A queixa foi feita na
tarde do mesmo sábado, mas a delegada só trouxe detalhes sobre toda a confusão
na manhã desta segunda-feira. Segundo a acusação, o jogador estuprou a vítima
no estacionamento do Aeroporto Internacional do Recife, mas a defesa fala em
“relação consentida”.
De consenso nas duas versões,
apenas que Bilica estava num carro com mais três amigos, ainda em João Pessoa,
onde a vítima entrou junto com sua filha. O jogador estava indo ao Recife para
pegar o voo para a Turquia, onde se reapresentaria ao seu time. Mas a partir
daí as versões são contraditórias.
Segundo a delegada Maria
Rodrigues, a vítima disse em seu depoimento que saiu de casa com o objetivo de
deixar sua filha (de 15 anos) num barzinho próximo, onde se encontraria com o
namorado. No caminho, ela foi abordada pelo jogador, que lhe ofereceu uma
carona. A vítima teria negado, alegando que o bar era próximo, mas ela teria
aceitado entrar no carro depois da insistência do jogador.
Maria Rodrigues explica ainda
que só quando ela estava no carro o jogador teria informado que antes iriam
todos ao aeroporto. Que mais uma vez ela relutou, mas acabou cedendo. E que
como ele falou de forma genérica, a vítima pensou que iriam ao Aeroporto de
João Pessoa, e não ao do Recife.
- A vítima contou que só bem
depois é que percebeu que o carro estava na estrada para Recife (capital
pernambucana que fica a 120 quilômetros de João Pessoa) e não na estrada que
vai para o aeroporto pessoense. E que quando percebeu isto ele não quis mais
voltar – relatou a delegada.
Ao chegar ao aeroporto
recifense, Fábio Bilica e seus amigos, mais uma vez segundo a delegada, teriam
“conversado em códigos” para que os três tirassem a adolescente do carro e
deixassem apenas os dois no veículo.
- Temos que tratar o caso com
muito cuidado. A vítima disse no relato que foi estuprada por Fábio Bilica
dentro do carro, no estacionamento do aeroporto, no momento em que ficaram
apenas os dois. Mas para ter certeza do que aconteceu, já solicitei as gravações
das câmeras de segurança do aeroporto e de seus arredores. Se aconteceu alguma
coisa, vamos descobrir.
A delegada Maria Rodrigues
explica ainda que já pegou o depoimento da filha da vítima, que por ter menos
de 18 anos deixa o caso ainda mais grave, e que ela teria confirmado toda a
versão da mãe. Maria Rodrigues disse por fim que vai convocar os amigos de
Fábio Bilica para deporem. Que primeiro eles vão ser chamados na condição de
“testemunhas”, mas que não descarta indiciá-los caso fique provado que eles
tenham sido “cúmplices”.
Advogado
e amigo de Bilica apresentam outra versão
O advogado Luiz Fernando
Ceriani é quem está defendendo o jogador. Ele diz que não houve estupro e que o
jogador está sendo vítima de uma “tentativa de golpe”. Segundo esta versão, ele
estava saindo de casa no tal carro e viu a vizinha andando pela rua. Os dois
conversaram, soltaram algumas brincadeiras mútuas, mas ambos continuaram
andando.
Mais a frente, num posto de
gasolina na esquina de casa, Bilica parou para abastecer e a mulher estava na
loja de conveniência do local. Eles voltaram a conversar e ela aceitou entrar
no carro por vontade própria. O advogado defende ainda que ela já sabia desde o
início que o grupo estava indo para Recife deixar o jogador no aeroporto.
A versão é confirmada por um
dos amigos do jogador que estava no carro. Ele diz que “foi tudo consensual” e
que “em nenhum momento Bilica fez nada que a mulher não quisesse”. E que ao
chegar ao aeroporto, os dois ficaram de fato no carro enquanto o resto do pessoal
ia fazer o “check in” do jogador. Mas que em nenhum momento houve estupro.
Tanto que, ainda de acordo com
este amigo, todo o grupo tomou algumas cervejas num quisosque do aeroporto e
"conversaram amigavelmente" depois dos dois ficarem sozinhos no carro
e antes de Fábio Bilica finalmente pegar o voo.
Ele diz ainda que depois do
embarque de Bilica, a mulher solicitou uma "pílula do dia seguinte",
que foi comprada ainda no aeroporto. Este amigo de Bilica diz por fim que eles
voltaram para João Pessoa e que deixaram a mulher perto de casa, sem que
houvesse nenhuma reclamação ou indignação por parte dela.
Para provar esta versão, o
advogado de Bilica disse que vai solicitar as imagens do sistema de segurança
do posto de gasolina, onde a mulher teria entrado no carro, para provar que
tudo aconteceu de forma consensual. E do aeroporto do Recife, para provar a
relação amigável que existiu. Luiz Fernando pediu também para que Bilica, lá na
Turquia, faça exames preventivos de corpo e delito para provar que não houve
agressão de sua parte. Por fim, o advogado disse que Fábio Bilica vai levar
também o caso aos advogados do clube turco.
Histórico
de problemas
Esta não é a primeira vez que
Fábio Bilica se envolve em confusão. Em 2000, quando o jogador defendia a
Seleção Brasileira Sub-23, e jogava no futebol italiano, o zagueiro chegou a
ser preso acusado de “corrupção de menores”. Já em 2009 ele foi preso no Recife
e transferido para Campina Grande acusado de não pagar pensão alimentícia.
FONTE: Globoesporte.com/pb
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