sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ministério Público veta Perpetão e Marizão e sugere adiar início do Campeonato Paraibano

O Campeonato Paraibano de 2014 corre o sério risco de não começar no dia 5 de janeiro. Pelo menos essa é a opinião de Valberto Lira, procurador de Justiça e coordenador da Comissão Estadual Permanente de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios, que já avisou que vai sugerir o adiamento do Estadual à Federação Paraibana de Futebol (FPF).
Até aqui, os três estádios vistoriados pela comissão foram reprovados pelo Ministério Público. O primeiro foi o Teixeirão, em Santa Rita. E na tarde desta quinta-feira, o Perpetão, em Cajazeiras; e o Marizão, em Sousa. Diante desse quadro, Valberto Lira não vê como a bola rolar dentro de pouco mais de uma semana.

- A decisão de começar ou não o campeonato no dia 5 é exclusivamente da Federação, do conselho arbitral. A comissão só cuida dos estádios, da segurança dos torcedores. Mas acho que o bom senso aconselha que seja adiado, até porque não sei quais estádios estarão em condições de receber jogos no dia 5 - frisou o procurador de Justiça.

A situação se torna ainda mais grave porque os dois principais estádios da Paraíba - o Almeidão, em João Pessoa; e o Amigão, em Campina Grande - também estão passando por reformas e já estão previamente descartados para as três primeiras rodadas do Estadual. Valberto Lira, inclusive, disse que não há sequer datas para serem feitas as próximas vistorias.

- Só vamos avaliar os dois estádios quando a Suplan entregar a obra. E isso, ao que me consta, só depois do dia 15 de janeiro - informou.

Vistorias no Sertão

A Comissão Estadual Permanente de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios esteve nesta quinta-feira vistoriando o Perpetão e o Marizão. E mesmo com os dois sendo reprovados por ora, Valberto Lira viu uma situação bem diferente entre eles.

O caso mais complicado é o de Cajazeiras. Como as obras estão atrasadas, Valberto Lira demonstra pessimismo quanto ao Atlético jogar em seu estádio no início do Campeonato Paraibano.

- As intervenções de engenharia deixaram o estádio sem nenhuma condição de jogo. Temos um muro derrubado e também o alambrado que separa as torcidas. Como vamos realizar uma partida desse jeito? - perguntou Valberto, ressaltando que a engenheira responsável pela obra deu um prazo até o dia 15 de janeiro para que a reforma esteja concluída e apta para uma nova vistoria.

Em seguida, a comissão seguiu para Sousa. No Marizão, a situação encontrada foi bem mais animadora. De acordo com Valberto, o estádio está praticamente liberado para o Campeonato Paraibano, faltando apenas pequenos detalhes.

- A única questão pendente no Marizão é em relação às saídas de emergência. Mas isso pode ser feito nos próximos dias, dependente apenas de vontade política - alertou.

Nesta sexta-feira, a comissão segue para vistoriar o José Cavalcanti, em Patos. Mesmo sem os times da cidade no Campeonato Paraibano, a intenção é dar uma opção à FPF para programar os jogos de Sousa e Atlético, casos seus estádios não estejam liberados até o dia 5 (isso se a competição começar mesmo no início de janeiro).

Comissão põe em risco utilização da Graça

Sem contar com o Almeidão, a cidade de João Pessoa pode ficar também sem o Estádio da Graça no início do Campeonato Paraibano. Valberto Lira informou que algumas intervenções sugeridas pela comissão há seis meses nunca foram realizadas e que isso pode tirar a praça de esportes do certame de 2014.

- São obras sugeridas por nós há seis meses e que não foram feitas. Será que vão ser feitas em seis dias?

A Graça é a única opção para Auto Esporte, CSP e Santa Cruz de Santa Rita disputarem a primeira fase do Campeonato Paraibano.

Confusão em Joinville serve de alerta

O rigor adotado pela Comissão Estadual Permanente de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios coincide com a discussão sobre a situação das praças esportivas do país, especialmente após a confusão das torcidas de Atlético-PR e Vasco na Arena Joinville, pelo Campeonato Brasileiro. Valberto Lira lembrou que o trabalho feito na Paraíba busca minimizar problemas dessa natureza.

- Muita gente pede para que os estádios sejam liberados de qualquer jeito. Mas temos que zelar pela segurança, pela prevenção de acidentes. O entulho de uma obra pode virar arma na mão de torcedores. Muita gente fala por falar, mas será o primeiro a criticar em caso de tragédia - finalizou o procurador de Justiça.

FONTE: GE Paraíba

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