Pelo menos 80% dos médicos
paraibanos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devem aderir à paralisação nacional prevista para esta
terça-feira (23) e suspender o atendimento em todo o estado, segundo estimativa
do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB).
Serviços de atendimento
ambulatorial e de consulta serão suspensos. No entanto, serão mantidos
atendimentos de urgência e emergência. A recomendação do CRM-PB é para que
atendimentos em clínicas e hospitais particulares também sejam suspensos.
De acordo com o secretário do
órgão e presidente da Associação Paraibana de Ginecologia, Roberto Morais, a
categoria se manifesta contra o que ele chamou de “descaso” do governo federal
com a saúde pública.
Entre as bandeiras de luta dos médicos paraibanos, estão o
Ato Médico, sancionado pela presidente Dilma Roussef e publicado no Diário
Oficial da União na quinta-feira (11), regulamentando a profissão, e o Programa
Mais Médicos, que prevê a importação de médicos para trabalhar principalmente no interior do Brasil.
Roberto Morais explicou que a
recomendação é para que serviços ambulatoriais e atendimentos de consultas
médicas sejam suspensos nesta terça-feira. “Porém, queremos tranquilizar a
população que atendimentos de urgência e emergência e cirurgia de risco, como
para portadores de câncer, não serão suspensos”, pontuou. Os principais locais
em que vai haver mobilização no estado
são as cidades de Sousa, Patos e Cajazeiras, no Sertão do estado, além de João
Pessoa.
Durante todo o dia de hoje,
uma equipe do CRM vai visitar as unidades básicas de saúde espalhadas em pontos
estratégicos da Paraíba para explicar aos pacientes do SUS os motivos da
mobilização.
“Não é um protesto contra a
população – que isso fique bem claro. É um protesto contra as medidas intransigentes
do governo federal para com a saúde. Querem que o médico ocupe o interior do
Brasil, da Paraíba, mas não oferecem uma política profissional para a classe.
Não é com importação de médicos que o governo federal vai resolver o problema
da população. É com investimentos, é com mais atenção ao profissional da saúde
em geral, não apenas aos médicos”, afirmou Roberto Morais.
O secretário do CRM-PB
explicou ainda que existe uma recomendação para que os profissionais que
atendem em clínicas e hospitais particulares também paralisem as atividades.
“Não é uma imposição.
Estamos apenas querendo que os profissionais das unidades
particulares também adiram ao nosso movimento, pois são igualmente afetados
pelas medidas drásticas que foram e estão sendo tomadas. Por isso, também há
grande possibilidade de que atendimentos médicos feitos através de planos de
saúde particulares não seja realizados hoje”, acrescentou.
Novas mobilizações iguais à
desta terça-feira estão previstas para os dias 30 e 31 deste mês. Porém, de
acordo com o secretário do CRM, ainda não está definido de que modo elas vão
ocorrer.
Campina Grande
No entanto, na cidade de
Campina Grande os médicos decidiram não parar. Segundo Noberto Neto,
vice-presidente do CRM na Paraíba, a paralisação na cidade ficou agendada para
o dia 30, quando os médicos de toda a Paraíba farão novo protesto.
FONTE: G1 Paraíba
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