sexta-feira, 28 de junho de 2013

Paraíba é o 2º Estado com maior índice de crimes homofóbicos no Brasil

A Paraíba tem o segundo maior índice de homicídios de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, conforme o 2º Relatório Sobre Violência Homofóbica 2012, divulgado ontem pela coordenação de Promoção dos Direitos LGBT, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR).


Segundo o estudo, o índice de homicídios noticiados na Paraíba foi de 0,53 assassinato para cada 100 mil habitantes. O indicador é inferior apenas ao registrado em Alagoas, que foi de 0,58. O único estado onde não foram registrados homicídios foi o Acre.

Além dos crimes de morte que vitimam a população LGBT, o estudo aponta crescimento das denúncias de violações relacionadas a este grupo. O comparativo dos dados entre 2011 e 2012 das denúncias realizadas através do Disque 100, Ligue 180 e a Ouvidoria do SUS (Sistema Único de Saúde) mostra aumento de 235%. Enquanto em 2011 foram registradas 28 denúncias, no ano passado, o quantitativo subiu para 94.

O estudo mostra ainda que as denúncias apontaram 203 violações relacionadas à população LGBT, sendo que em setembro houve o maior registro, 22 denúncias. O tipo de violação mais frequente na Paraíba contra a população LGBT foi a violência psicológica (80 casos), seguida pela discriminação (76) e violência física (26).

Também foram relatados casos de violência sexual (3), violência institucional (8) e negligência (10).

Para o presidente do Movimento do Espírito Lilás (Mel), Renan Palmeira, a violência contra a população LGBT tem vários fatores. “A falta de uma política de segurança pública que tenha como alvo o enfrentamento à homofobia faz com que a Paraíba esteja na triste estatística do mapa da violência contra a população LGBT”, afirmou.

Renan informou ainda que um levantamento feito pelo Mel mostra que 60 pessoas, entre gays, travestis, bissexuais e transexuais foram assassinados no período compreendido entre janeiro de 2011 e 28 de junho de 2013. “Em dois anos e seis meses tivemos 60 assassinatos na Paraíba. Esse número é muito alto”, pontuou. Na próxima quarta-feira, durante a visita da presidente da SDH/PR, Maria do Rosário, à Paraíba, a entidade vai entregar um documento com todos os casos ocorridos no Estado.

Um dos casos de repercussão destacados pelo presidente do Mel foi o assassinato do cabeleireiro José Adailson Nóbrega Nunes, 23 anos, morto no bairro Liberdade, na localidade conhecida como Campo da Buraqueira, em Patos, com vários tiros.

O secretário de Segurança Pública e da Defesa Social, Cláudio Lima, foi procurado pela reportagem para comentar o assunto, mas não foi localizado. A secretária da Mulher e da Diversidade Humana, Gilberta Soares, também foi procurada para falar sobre o assunto e as ações que estão sendo feitas para prestar assistência à população LGBT, mas por telefone informou que não teve acesso aos dados do relatório e não quis comentar o assunto.

O delegado titular da Delegacia de Crimes Homofóbicos de João Pessoa, Marcelo Falcone, confirma que a taxa de homicídios contra a população LGBT é alta na Paraíba e acrescentou que em geral, as vítimas são do sexo masculino.

FONTE: Paraíba Já

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