A seleção brasileira de
Felipão estréia hoje contra o Japão em Brasília, na Copa das
Confederações. O que deveria ser motivo de festa para todo povo brasileiro,
virou uma grande preocupação, principalmente nas cidades sedes (Brasília, Rio
de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Recife).
Na bola, não estamos
lá grande coisa. Fora de campo, as manifestações dos últimos dias deixam todo
mundo com a pulga atrás da orelha. Até a Fifa.
Os
protestos pelo aumento de passagens de ônibus espalharam-se pelo Brasil
inteiro. Não teremos jogos em São Paulo. Ainda bem, nessa altura do campeonato.
Mas e no Rio de Janeiro, como fica? E o os Sem Terra acampados em frente ao
estádio Mané Garrincha, em Brasília? Meus amigos, eu vivi os últimos anos dessa
nossa pátria intensamente. E parece que estou tendo um pesadelo acordado. Ou a
presidenta Dilma e o Ministro da Justiça, Eduardo Cardoso, não foram presos e
torturados pela ditadura militar?
O
ex-presidente Lula, então sindicalista, ficou preso no Destacamento de
Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna
(DOI-CODI) por um bom tempo. Até o governador Geraldo Alckmin, na época um
jovem médico de Pindamonhangaba, tinha idéias revolucionárias e queria um País
democrático para criar os filhos.
Todos criticavam o uso político da conquista
da Copa do México em 1970 pelos militares, no famoso “Pra Frente Brasil” e a
violência generalizada. Hoje, no poder, desprezam as necessidades populares (a
tarifas de ônibus nacional está entre as mais caras do planeta) e apostam no
pão e circo da bola, como nos tempos de terror onde estavam do “outro lado”.
Na
estreia em Brasília, foram destinados 300 ingressos para senadores e deputados,
liberados para levar quem bem entenderem. E as crianças dos orfanatos que nunca
viram a seleção brasileira jogar bem de perto? Essas, com certeza, terão de se
contentar em ver a Geração Neymar pela TV, e olhem lá!
A
maioria jovem de agora que protesta na rua, na verdade, quer um Brasil mais
justo, uma economia equilibrada, aliás, como um dia (em algum lugar no passado)
Dilma, Lula, Eduardo Cardoso e Alckmin também buscaram. Na essência, o brado
juvenil é o mesmo. Ou o compositor e cantor Belchior estava certo: “Ainda
somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.
E assim caminham o esquecimento e a mediocridade…
FONTE: Gazeta Esportiva
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