sábado, 15 de junho de 2013

Copa das Confederações no Brasil começa hoje com clima pesado dentro e fora de campo

A seleção brasileira de Felipão estréia hoje contra o Japão em Brasília, na Copa das Confederações. O que deveria ser motivo de festa para todo povo brasileiro, virou uma grande preocupação, principalmente nas cidades sedes (Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Recife).
Na bola, não estamos lá grande coisa. Fora de campo, as manifestações dos últimos dias deixam todo mundo com a pulga atrás da orelha. Até a Fifa.

Os protestos pelo aumento de passagens de ônibus espalharam-se pelo Brasil inteiro. Não teremos jogos em São Paulo. Ainda bem, nessa altura do campeonato. Mas e no Rio de Janeiro, como fica? E o os Sem Terra acampados em frente ao estádio Mané Garrincha, em Brasília? Meus amigos, eu vivi os últimos anos dessa nossa pátria intensamente. E parece que estou tendo um pesadelo acordado. Ou a presidenta Dilma e o Ministro da Justiça, Eduardo Cardoso, não foram presos e torturados pela ditadura militar?

O ex-presidente Lula, então sindicalista, ficou preso no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) por um bom tempo. Até o governador Geraldo Alckmin, na época um jovem médico de Pindamonhangaba, tinha idéias revolucionárias e queria um País democrático para criar os filhos.

Todos criticavam o uso político da conquista da Copa do México em 1970 pelos militares, no famoso “Pra Frente Brasil” e a violência generalizada. Hoje, no poder, desprezam as necessidades populares (a tarifas de ônibus nacional está entre as mais caras do planeta) e apostam no pão e circo da bola, como nos tempos de terror onde estavam do “outro lado”.

Na estreia em Brasília, foram destinados 300 ingressos para senadores e deputados, liberados para levar quem bem entenderem. E as crianças dos orfanatos que nunca viram a seleção brasileira jogar bem de perto? Essas, com certeza, terão de se contentar em ver a Geração Neymar pela TV, e olhem lá!

A maioria jovem de agora que protesta na rua, na verdade, quer um Brasil mais justo, uma economia equilibrada, aliás, como um dia (em algum lugar no passado) Dilma, Lula, Eduardo Cardoso e Alckmin também buscaram. Na essência, o brado juvenil é o mesmo. Ou o compositor e cantor Belchior estava certo: “Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.

E assim caminham o esquecimento e a mediocridade…

FONTE: Gazeta Esportiva

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